FÍSICA SEM EDUCAÇÃO

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sábado, 12 de novembro de 2011

As verdadeiras mulheres de "valor"

revolução francesa



Enquanto pesquiso assuntos para o meu blog e encontro mulheres na ciência fico mais indignada em não ter conhecimento de muitos nomes, como esse assunto não é devidamente divulgado.

Pra quem conhece um pouquinho da história e vivencia ela, sabe como demorou pra mulher ter seu espaço. E até hoje, existem áreas, que tem um preconceito com relação à mulher, mesmo que esse preconceito seja velado, imaginem em meados de 1650!


Nesta época Maria Wenkelmam foi uma astrônoma que viveu na Alemanha e como não podia deixar de ser, casou com o também astrônomo Gottfried Kevich, que era o mais importante daquela época, onde morava, a Prússia. Assim, ela se tornou sua assistente. E o mais legal, era que ele a incentivou. Mas quando ele morreu, ela quis continuar sua carreira como assistente, mas não pode, pois seria um “mau exemplo” a contratação de uma mulher.


Na Revolução Francesa não houve muitas mudanças, as mulheres ainda eram vistas, pelos cientistas, como seres inferiores e subordinados (nem minha cachorra eu vejo assim!).

ilusionismo séc. XVIII

No século XVIII, com o Iluminismo, as mulheres passaram a ter um valor maior e começaram a participar dos trabalhos científicos. E em 1748, Eva Ekelad foi incluída na Academia Real Sueca de Ciências.
Émilie Du Châtelet, matemática e física, companheira intelectual e amante de Voltaire, completou a primeira tradução completa do Principia de Newton (do latim para o francês).






Émilie Du Chatelet


Maria Sibylla Merian (1624-1674) fez um “livro de estudos” sobre a vida de plantas e insetos, publicado em 1740, discutiu sobre ciências na Instituição da Física e revelou aos europeus a diversidade da floresta tropical.
Marie-Anne Pierette Paulze, esposa de Antonie Lavoisier era também sua assistente de laboratório e participou ativamente na sua descoberta do oxigênio, e como falava inglês, era sua intermediária nas suas correspondências científicas.
Laura Maria Caterina Bassi (1711-1778) foi membro da Academia Italiana do Instituto de Ciências e ocupou a cadeira no Instituto de Física Experimental e nem preciso falar, foi sua percursora.

Caroline Herchel






Caroline Herchel, foi uma grande astrônoma, era a assistente de seu irmão, descobriu 8 cometas entre 1786  e 1797 entre outras coisas, junto com Mary Fairfax Sonnerville se tornaram membros honorários da Royal Astronomical Society. No século XIX, Mary Farfax realizou experimentos com magnetismo.

E você acha que foi um homem que desenvolveu o primeiro programa de computador? Por incrível que pareça foi Lady Ada Loveplace, mas infelizmente isso foi contestado, imaginem por que, não é?
A primeira mulher a conseguir um diploma de bacharel foi Catherine Benson, em 1840. Caramba, corajosa ela, não é?


Nos Estados Unidos, Maria Michell, descobriu um cometa, isso em 1847 e contribuiu para os cálculos no Observatory Naval EUA. Se tornando assim, a primeira mulher da Academia Americana de Artes e Ciências, isso em 1848 e em 1850, se tornou também membro da Associação Americana para o Avanço da Ciência. (vocês tem ideia do que isso representava naquela época?)

Annie Scott


No final do século XIX, na Europa, Annie Scott Dill Maunder fez a primeira ortografia das manchas solares e se tornou assistente de Edward Walter Maunder no Greenwich Observatory. E nem preciso falar o que aconteceu depois disso! Obviamente se casaram e ele fez um ótimo negócio (brincadeira) pois ela tinha uma habilidade muito grande em cálculos, o que contribuiu para seus estudos em relação ao Sol e as radiações solares.

Edward Walter Maunder

A lista não termina aí, quando entramos no século XX, há uma infinidade de mulheres. Mas destacando as ganhadoras do Nobel de Física, eu não podia deixar de citar:
Em 1903 – Marie Curie, uma polonesa e Varsóvia, com sua descoberta sobre radioatividade.


Marie Curie

E em 1963 – Marie Goppert Mayer, que propõe o núcleo do modelo atômico. E tem mais! Sophie Germain era uma francesa, apaixonada pela matemática, chega até a adotar pseudônimos masculinos para divulgar seu trabalho e Gauss ao descobrir que se tratava de uma mulher, acaba se apaixonando. Agora não sei se por ela ou pelo seu trabalho, ou por ambos.

Mary Sommerville era uma escocesa, apaixonada pela matemática de Euclides. Ela lia seus livros escondidos, por causa da repressão da época.
Aos 32 anos se casa com seu primo distante que a incentiva a traduzir o livro de Mecanica Celeste, de Laplace (maridão esse, não!)

Mary Sommerville

Concluindo, existem muitas mulheres na física e na ciência que não foram citadas, aliás, peço que me enviem nomes para divulgá-los, pois é muito fascinante saber que existiram mulheres que foram contra toda uma sociedade e um preconceito e fizeram a diferença no mundo.

É muito importante para nós, mulheres, saber que existem mulheres que fizeram a verdadeira diferença, pois deixaram não só sua semente plantada aqui, mas, sua existência foi muito produtiva e seus frutos são colhidos até hoje.





E como vocês podem perceber muitos desses nomes eu não conhecia e tenho certeza que vocês também não. É importante divulgar a verdadeira importância da mulher, mas, infelizmente, hoje em dia, é mais importante divulgar seu corpo, sua beleza, afinal de contas, quanto menos conhecimento e menos incentivo para aprender, melhor se torna a manipulação da massa, do povo.  Não é importante divulgar (as) os cientistas, é melhor e "mais útil" divulgar as fofocas, a depreciação da mulher e etc. Pensem nisso e não se deixem se levar por uma mídia “escravizadora” e “manipuladora”. Estudem, aprendam e questionem sempre. 






2 comentários:

  1. Estamos tão habituados a ver as mulheres a trabalhar lado a lado com os homens, com as mesmas capacidades e competências, que até podemos pensar que poderá ter sido sempre assim.
    Mas na verdade, é uma pena que durante séculos ou milénios (e infelizmente ainda hoje em certos países do Médio Oriente...) cerca de 50% da massa cinzenta do planeta estava desaproveitada devido a preconceitos e sobranceria masculina.

    Não se sabe qual o nível de desenvolvimento que gozaríamos hoje, se tivessemos aproveitado o intelecto dos dois sexos.

    Já agora...
    Não esquecer Hypatia de Alexandria, uma matemática, astrónoma do Século III a.c.
    A sua vida foi recentemente transposta para o cinema :)
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Hip%C3%A1tia

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  2. Cada um que le o meu artigo me sugere uma mulher que eu nunca tinha ouvido falar, pelo jeito terei que fazer outra artigo a respeito. Estou estarrecida da quantidade de mulheres admiráveis e injustiçadas por um preconceito. Sua sugestão foi anotada e logo será feito outro artigo.
    O que será que essas mulheres pensariam se visse hoje uma mulher comandando, inclusive um país. :)))))

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