FÍSICA SEM EDUCAÇÃO

A única maneira de fazer o Brasil progredir é com educação, informação e caráter.

domingo, 27 de outubro de 2019

O que vai virar a educação no país?

                              Fonte:https://pensamentoliquido.com.br/brasil-um-pais-em-chamas/


A situação em que o país vai entrar é alarmante e se os cidadãos e, principalmente, os professores e professoras não começarem a se conscientizar e lutar vamos entrar em colapso social. Se não estiverem motivados o suficiente pela educação pública, que o façam pelos seus filhos e netos.

Muitos professores e professoras, e eu diria que a maioria, não entenderam a grave situação em que a educação se encontra. Sei que muitos estão tão desmotivados, desvalorizados e “desesperançosos “ que sequer têm forças para agir ou mesmo se interessam pelo que está acontecendo. Preferem continuar em suas bolhas, estão tipo: “tanto faz, sempre foi assim”.
A questão é que não foi sempre assim! Apesar da história nos mostrar que desde que permitiram que houvesse escolas públicas e privadas que vem ocorrendo o processo de destruição da educação pública. Isso é história! Nesseartigo eu explico um pouco essa história. 

A coisa começa a piorar realmente quando o Banco Mundial começa a interferir nos processos educacionais, ditando suas políticas e, mais ainda, quando o sistema neoliberal começa a ser implantado à força, porque até então era aos poucos (sentíamos, mas era feito em doses pequenas). E devido a todo o descaso com os professores, eles sequer sentiam a deterioração do ensino ou, se sentiam, não tinham forças para lutar contra.
Acusar sindicatos é mais fácil, pois isso nos redime de culpas pelo que está acontecendo, mas existem dois “poréns”: Quando Getúlio Vargas resolve oficializá-los (aos sindicatos), passa a controla-los e, assim, ano após ano, as lutas vêm sendo cada vez mais desarmadas por aqueles que estão no poder e, pior, quando o professor delega aos sindicatos todas as lutas, sem entender que, na verdade, nós somos o sindicato, a coisa piora. E a luta vai-se enfraquecendo cada vez mais.
Vou resumir o que acontecerá com a educação pública:
1.       A intenção do Banco Mundial não é valorizar os professores, pelo menos não financeiramente, sendo esse como um dos últimos objetivos, como já expliquei nesse post. Então esqueçam a ideia de que iremos ganhar mais. Teremos mais cobrança, isso com certeza.

2.       A privatização proposta pelo Ministro da Educação do novo presidente é a mesma que implantaram no Chile e, para quem não sabe, Paulo Guedes esteve pessoalmente ajudando no projeto. Isso é explicadonesse blog 

3.       Vamos virar um Chile, se tudo der certo, mas se tudo der errado, como é mais provável pela própria letargia dos trabalhadores escravos do capitalismo neoliberal, viraremos uma Venezuela.(No final do texto encontra-se um vídeo que explica a menção à Venezuela)


Para entender o que está acontecendo e quais são as previsões para o futuro do país, veja esse vídeo. É apenas um deles, há muitos outros e garanto que as previsões dos economistas sérios não são boas. Espero que, assim como no Chile, o país acorde. E que não demore muito como aconteceu lá.

                                              https://www.youtube.com/watch?v=__3EkFY7CNA

Que o Brasil não brinque com fogo! É o artigo de hoje escrito no El pais.

Leia aqui

terça-feira, 22 de outubro de 2019

Escolas cívico-militares: para quê? Para quem?



Professor Doutor Silvio Gallo elabora parecer a respeito do programa criado pelo Governo Federal

Direção da Faculdade de Educação da Unicamp, por solicitação do Conselho Tutelar de Campinas, pediu-me que me manifestasse, por meio deste parecer, sobre o projeto de escolas cívico-militares, visto que o Governo do Estado de São Paulo e a Prefeitura Municipal de Campinas declararam publicamente a intenção de aderir ao programa recém-criado pelo Governo Federal. As opiniões aqui declaradas são de minha inteira responsabilidade, mas penso que, de modo geral, elas reflitam o pensamento de um amplo conjunto de colegas da FE.
Programa Nacional de Escolas Cívico-Militares foi instituído através do Decreto nº 10.004, de 5 de setembro de 2019, “com a finalidade de promover a melhoria na qualidade da educação básica no ensino fundamental e no ensino médio”, segundo seu artigo primeiro. Prevê uma articulação entre o Ministério da Educação e o Ministério da Defesa, atendendo a escolas públicas municipais, estaduais e distritais, cobrindo atividades do ensino fundamental ao médio. O programa prevê ações nas escolas nas dimensões didático-pedagógicas e administrativas, com a alocação de militares da reserva para sua execução, podendo contar com contingentes do Exército, das Polícias Militares e dos Bombeiros Militares. O parágrafo primeiro do Artigo 11 afirma que: “a gestão na área educacional será alcançada por meio de ações destinadas ao desenvolvimento de comportamentos, valores e atitudes, com vistas ao desenvolvimento pleno do aluno e ao seu preparo para o exercício da cidadania”.
Convém destacar que o projeto não é de todo novo; o estado de Goiás foi pioneiro, com a implantação de um colégio militar ainda em 1999, tendo no mesmo ano a Polícia Militar assumido as instalações e a gestão de uma escola pública. Naquele estado o projeto cresceu, abrangendo dezenas de escolas, e influenciou outros estados brasileiros, que se interessaram pelo modelo. Agora o Governo Federal o transforma em um Programa Nacional, ao qual podem aderir escolas públicas de todo o país. Diversas estatísticas colocam algumas escolas cívico-militares de Goiás dentre as mais bem avaliadas do país, com índices no IDEB considerados acima da média nacional.
Outro ponto que se destaca quando olhamos para essas escolas já em funcionamento, que servem como modelo para o Programa Nacional, é a colocação da disciplina militar como base da vida escolar. Apenas para citar alguns exemplos básicos, os estudantes usam fardas de inspiração militar, precisam usar sempre os cabelos curtos no caso dos meninos e cabelo preso no caso das meninas, fazem ordem unida no pátio da escola antes do início das aulas e batem continência para a autoridade militar presente.
Não é intenção deste Parecer fazer uma análise do Programa, mas tecer comentários sobre seus propósitos, a que interesses pode atender, a que sociedade ele se destina, de modo a embasar uma reflexão coletiva sobre o tema e uma possível tomada de decisão sobre a adesão a ele.
Justamente porque o Programa afirma visar a preparação do estudante para a cidadania, conforme citado acima, devemos perguntar: de que cidadania falamos? Desde o início do processo de redemocratização do país, em 1985, a construção e promoção da cidadania tornou-se uma palavra-chave: ela é um dos pilares da Constituição Federal de 1988, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 e da política pública que se construiu no campo da Educação desde então. Cidadania compreendida como participação efetiva da comunidade na vida política brasileira. Não apenas como eleitores em cada votação, mas como agentes políticos ativos, participantes nas ações da comunidade nas mais variadas esferas, das locais às federais. Essa ação cidadã precisa ser construída, o cidadão precisa ser formado para que possa efetivamente ser um membro participante de sua comunidade. A política educacional produzida nas últimas décadas direcionou essa formação cidadã para uma ação política consciente e refletida. O cidadão é aquele que toma parte em uma comunidade, que é ativo, que é capaz de compreender a realidade na qual está inserido, sendo capaz de refletir sobre ela e tomar suas decisões. Trata-se, pois, de uma formação complexa e articulada, que prevê acesso a conhecimentos historicamente produzidos pela humanidade nas mais diversas áreas, mas prevê também a formação de comportamentos em que as decisões individuais não podem ser desarticuladas dos contextos coletivos. Um cidadão precisa ser livre, capaz de tomar suas próprias decisões, agir em acordo com seus princípios, assumindo a plena responsabilidade por seus atos e suas consequências, tendo sempre em mente que suas ações estão inseridas numa coletividade.
Leia a matéria completa aqui no site da UNICAMP


quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Nojo do Cláudio Humberto, jornalista do Band News


    

        Essa onda conservadora que vem assolando o país está muito além de conservadorismo, beira a irracionalidade. Atacam-se ideias, opiniões e, principalmente, pessoas sem sequer terem a decência de se informar a respeito.

       Ontem foi o dia dos professores. e além de não recebermos nenhuma homenagem digna de nossa profissão somos constantemente atacados por uma mídia golpista que insiste em passar a impressão de que, ou somos culpados pelos males do país ou somos sacerdotes e sacerdotisas e, por isso, devemos acolher a todos e todas da sociedade e resolver os problemas sociais do país, que deveria ser competência do governo federal.

      
      O jornalista da Band News, Cláudio Humberto, põe a culpa das mazelas do país na nossa conta, vomitando absurdos como estes: que os professores ganham muito bem, são vagabundos e têm muitas regalias. Não é exagero!

      O país está quebrado e falido por culpa dos políticos, não de professores e as malandragens, são feitas no Congresso e no Senado, pois professores não ganham casa, auxílios paletó  etc (inclusive o nosso presidente entende muito bem disso, já que viveu 23 anos exercendo a função de político no estado do Rio de janeiro e nunca fez absolutamente nada, a não ser ajudar a seus amigos e familiares).

        Caso de polícia são jornalistas que não fazem a mínima ideia do que falam e criticam uma profissão que nunca exerceram, nos difamando e caluniando. Professor ganha muito bem? Não corre risco de nada? Ele não lê jornais? Os seus comentários são tão absurdos que todos os professores deveriam se unir e processar esse senhor por tanta barbaridade.



Apesar de tudo desejo um Feliz Dia dos Professores




domingo, 6 de outubro de 2019

Resistência à ciência - Pesquisa FAPESP

     
Fonte: NetNature
Crise de confiança suscita debate mundial sobre como enfrentar ataques ao conhecimento científico
A ciência vive uma crise de confiança. Em sociedades polarizadas, nas quais notícias falsas e teorias da conspiração se propagam com rapidez pelas redes sociais, o conhecimento científico tornou-se alvo frequente de ataques que reverberam em grupos com crenças ou interesses políticos ou econômicos contrariados – ou simplesmente com baixo letramento. Os efeitos desse fenômeno estão ressaltados em um levantamento publicado em julho e realizado em 144 países, inclusive no Brasil, para conhecer a visão, o interesse e o grau de informação sobre assuntos ligados à ciência e tecnologia (C&T). Executado pelo Instituto Gallup por encomenda da organização britânica Wellcome Trust, o estudo ouviu mais de 140 mil pessoas e verificou que, no caso dos brasileiros, 73% desconfiam da ciência e 23% consideram que a produção científica pouco contribui para o desenvolvimento econômico e social do país. Tal nível de descrédito não é uma exclusividade do Brasil e afeta nações desenvolvidas como França e Japão, onde 77% dos entrevistados também declaram desconfiar da ciência.

     O relatório Wellcome global monitor constatou ainda que a percepção e o engajamento dos brasileiros em relação à ciência são influenciados por crenças religiosas. Quase metade dos entrevistados disse que “a ciência em algum momento foi contra minhas convicções religiosas”, e, nesse grupo, três quartos afirmaram que “quando ciência e religião discordam, escolho a religião”. Tendência semelhante foi observada nos Estados Unidos, onde a ciência em algum momento confrontou as concepções religiosas de 59% dos entrevistados — destes, 60% ficaram com a religião.
Fonte: Fernando Nogueira Costa

     Os dados mostram que, em países desenvolvidos, a percepção sobre os benefícios da ciência é três vezes maior entre indivíduos que dizem levar uma “vida confortável” em relação aos que relatam enfrentar dificuldades. O nível de confiança nos cientistas também parece ter uma correlação com o coeficiente de Gini, índice que mede o grau de concentração de renda, nos países analisados. “Em países mais desiguais, as pessoas tendem a desconfiar mais da ciência do que em nações mais igualitárias”, escreveu Mark Henderson, diretor de comunicações da Wellcome Trust. Para Simon Chaplin, diretor de Cultura e Sociedade da organização britânica, as evidências em vários países sugerem que o descrédito na ciência tem relação com a reputação de outras instituições, como o governo e a Justiça. “É um alerta para todos que gostam de pensar na ciência como algo neutro e separado da sociedade em que vivemos.”