FÍSICA SEM EDUCAÇÃO

A única maneira de fazer o Brasil progredir é com educação, informação e caráter.

sexta-feira, 26 de junho de 2020

Pandemia e educação

       
   


E a educação? (Opinião)

O mundo está um caos! Estamos diante de uma pandemia altamente contagiosa que vem preocupado a todos e a todas. Em vez de as pessoas se resguardarem de uma doença que pode levar a óbito, está havendo o oposto, mais e mais pessoas saem às ruas, muitas vezes sem necessidade (não me refiro aos que são forçados a trabalhar). Muitos setores do comércio e indústria, devido às pressões econômicas, voltaram a funcionar, o que é compreensível, afinal empregos precisam ser preservados.

 Ok! Mas e a educação?

Como sabemos a educação sempre foi vista como um gasto ou um lucro, nunca como investimento. Para se manterem no poder, é mais fácil manter uma população ignorante ou alienada: ignorante, quando me refiro às escolas públicas e alienadas, quando falo dos colégios particulares. Engana-se quem acha que nas escolas privadas o ensino é melhor, ele é mais conteudista, apenas isso. Enquanto as públicas deveriam visar à formação de cidadãos críticos e conscientes e não o fazem, as particulares visam à formação de alunos para passarem nas universidades (de preferência, públicas, que deveriam ser direito dos alunos e alunas provenientes de escolas públicas) e garantirem o status quo social.


     Agora, diante desse caos, eles – os setores privados da educação – querem  retornar às aulas. Estão sentindo pressão da sociedade para isso, por motivos óbvios: muitos pais, diante da perda de ganhos e salários, estão transferindo seus filhos para as escolas públicas. Então, pressionam os governantes que pouco se importam com os verdadeiros interesses da sociedade, apenas com seus ganhos eleitorais.E como querem fazer isso? Não sabem, não garantem nada e não fazem a mínima ideia se isso será ou não possível. Então por que marcaram uma data?

     A meu ver essa data foi marcada simplesmente para acalmar os ânimos, principalmente dos setores privados e da sociedade que precisa enviar seus filhos e filhas à escola, já que o comércio e a indústria estão abertos (irresponsavelmente) e muitas famílias não têm aonde deixar os filhos e filhas.
 
     O setor privado de educação, visando ao lucro acima de tudo, pressiona o governo para a flexibilização em agosto, porque, repito, estão perdendo seus clientes que, não conseguindo pagar as altas mensalidades devido ao problema econômico, aumentam a demanda das escolas públicas.

     Que tal a população e o setor dos profissionais da educação “aproveitarem essa pandemia” para cobrarem as coisas que já deveriam ter sido feitas há muito tempo, como, por exemplo, melhorar a educação pública, que é dever do Estado e direito dos cidadãos e cidadãs; garantir uma educação de qualidade com número reduzido de alunos por sala; melhorar a estrutura dentro das escolas e, para a população mais carente, garantir o mínimo de sobrevivência como saneamento básico e alimentação, acesso à internet gratuita a todos e todas alunos e alunas entre outras coisas?

     Isso para quando voltarem as aulas que, a meu ver,  não devia acontecer neste ano, porque, se a coisa continuar como está, com os números de mortes aumentando a cada dia, a quarentena nesse setor deve se prorrogar. Enquanto isso, os setores responsáveis pela educação e a população terão tempo suficiente para se organizarem e cobrarem do poder público nossas reivindicações.

sexta-feira, 5 de junho de 2020

EAD! Sim ou não?

                                           Fonte: Medium


     É tanta coisa acontecendo e tanto para falar que é difícil focar em apenas um assunto. Assim, resolvi falar do que atinge a mim e a todos os professores e professoras: a educação remota.
     
     Quem me acompanha tem conhecimento do quanto lutei para que, na época a reforma do ensino médio, não fosse aprovada, pois eu sabia que aquela seria a porta de entrada para a privatização da educação. Mesmo que o país tenha mudado de lá para cá (para pior) e que estejamos diante de uma pandemia, a coisa não só foi acentuada e adiantada, como também a tão temida educação a distância entrou em curso. Afinal, por mais que queiram dar um nome diferente, quem acompanha as notícias da educação sabe que isso vai acontecer.

     É engraçado que, apesar da tecnologia ser boa e nos fornecer inúmeros confortos, ela seja tão temida. Quando a televisão fazia parte da vida dos brasileiros e começaram a implantar o ensino a distância através dela, houve um enorme rebuliço de que os professores seriam substituídos. Só que o EAD nos remete a muito antes disso, a 1900. Sabiam disso?

     Nessa época os jornais de circulação ofereciam cursos de profissionalização via correspondência e o marco referencial disso tudo aconteceu em 1904 com as Escolas Internacionais.

     Logo depois, em 1923, com a chegada do rádio, esses cursos se multiplicaram e aí tínhamos desde cursos bíblicos oferecidos pela escola Adventista até os cursos profissionalizantes pelo SENAC. Mas, infelizmente, enquanto os sistemas internacionais implantavam esse sistema, o nosso país, mais uma vez, em 1969, houve o desmonte da iniciativa devido à censura.
   
    Em contrapartida veio a televisão com fins educativos, a teleducação, e a EAD ganha legitimidade com a Lei das Diretrizes e Bases da Educação. Vale lembrar que, desde aquela época, a intenção era diminuir custos e também havia o mesmo rebuliço com relação aos professores, de que poderiam ser substituídos. A grande questão é que esse tipo de ensino exige uma outra postura, tanto de professores quanto de alunos e a maioria deles não foi preparada para essa nova modalidade de ensino. E o medo é mais do que natural.


                                      Fonte: Prefeitura Municipal de Iguaí


     
     Diante de tudo isso uma coisa chama muito a atenção, não importa as formas como será feito o ensino, se os profissionais não forem capacitados para tal, nada vai adiantar, nem presencial, nem pela televisão e muito menos pela internet, pois a grande questão nisso tudo é o acesso dos alunos e professores a essa nova forma de ensino.

     Então, a luta não deveria ser contra essa modalidade, mas em como garantir que todos e todas tenham acesso e, com isso, a luta pelas desigualdades sociais, que estão diretamente ligadas a esse tipo de ensino, porque não basta fornecer a educação, mas também saneamento básico e condições de vida digna.

Referências: