FÍSICA SEM EDUCAÇÃO

A única maneira de fazer o Brasil progredir é com educação, informação e caráter.

segunda-feira, 29 de março de 2021

Ciência e a Ignorância do Negacionismo

 

                                   Fonte: Globo


                                           O que é ciência?

 

Vamos falar de opinião e método científico?

Existe uma ignorância muito grande de como a ciência funciona e de quais são os métodos utilizados para embasamento científico.

O que eu mais ouço é que a ciência pode errar e que nem sempre ela está certa. Vários pormenores, no entanto, são descartados por aqueles que desconhecem seus métodos, um grupo, infelizmente, ainda constituído de um número grande de pessoas, muito mais do que deveria!

Essa falha pode estar diretamente ligada a uma educação defasada, tanto na formação de profissionais quanto no ensino infantil, desde professores que não são preparados de forma adequada para instigar na criança a crítica e o ceticismo até o desinteresse pela busca desses conhecimentos em pleno século XXI.

Tudo isso pode ter vários motivos, desde políticos e ideológicos até motivos de ordem pessoal.



Fonte: Universo Racionalista- Por que devemos escolher a ciência ao invés das crenças?

Um exemplo dessa defasagem pode ser exemplificado na crença dos tais kits da Covid, no movimento antivacina, na crença absurda da terra plana, nas pseudociências (crenças disfarçadas de ciência) como a astrologia, as crendices populares, a homeopatia, a aparição de discos voadores etc. etc. etc..

Em todas as áreas do conhecimento humano, há sempre algum profeta, algum charlatão travestido de cientista ou autointitulado sábio, guru, sacerdote etc. a dizer e difundir coisas que confundem o público leigo, usando uma linguagem pseudocientífica ou o puro “embromês” ou ainda citações devidamente distorcidas de livros e santos e sábios antigos para fundamentarem suas crenças.

Para que uma ideia (ou uma teoria) seja provada cientificamente, ela precisa, em primeiro lugar, partir de uma hipótese válida, com uma boa fundamentação teórica. Esse é o primeiro passo! Se não tiver fundamento, nem é testada. Depois de passar por esse primeiro crivo, os cientistas de um determinado laboratório vão testá-la, tanto através de experimentos quanto de simulações em ambientes controlados ou no computador.

O experimento ou a simulação são repetidos incansavelmente até que os resultados se enquadrem num padrão razoável de confiabilidade. Então, a hipótese é levada a outros laboratórios para revisão do estudo. Novos testes são feitos. Em seguida, os trabalhos e as experiências são publicados em revistas especializadas, para conhecimento e avaliação de outros cientistas que possam dar um feedback a respeito desse experimento. É o que chamam de pré prints.

Se o estudo for confirmado (a revisão teórica e as experimentações ou simulações) pelos outros laboratórios espalhados pelo mundo, tem-se a publicação do trabalho e seus resultados numa revista científica da área. No caso da medicina, temos a Lancet, mas cada área tem sua revista “oficial” e séria. Aí vira uma teoria científica, um print, ou seja, de acordo com o senso comum da área do conhecimento a que está afeita, torna-se “uma teoria” - que ainda está sujeita a discussão e de mais estudos que propiciem um de profundo embasamento e de outras comprovações. Nessa situação, a teoria dificilmente é descartada, mas pode ser modificada, caso surjam novas evidências diante de novos avanços do conhecimento ou da tecnologia.

Todas as áreas do conhecimento humano se utilizam da ciência para embasamento de suas teorias, de uma forma direta ou indireta, mas sempre dependem da comprovação pelo método científico, para se tornarem válidas e serem divulgadas e ou utilizadas.

Ah! Mas existem teorias que foram descartadas!

Não é bem assim, teorias não foram descartadas ou refutadas, mas sim aprimoradas. São como um edifício em construção: existe uma base que precisa ser bem construída (que é a teoria) e ela é aprimorada conforme novas evidências vão sendo apresentadas. Então usar esse tipo de argumento não é válido, pois estamos na era tecnológica e científica e com grandes avanços. Quando uma publicação é feita numa revista renomada e revisada por pares, ela já foi estudada e verificada por cientistas de vários lugares, com diferentes crenças (porque nem todos são ateus) e com diferentes posições políticas e ideológicas. Portanto, não é mais opinião, é estudo!

A ciência não é feita de crenças nem de opiniões, mas sim de estudo sério e sistemático que independe da opinião de quem quer que seja.

Referências:                                                                                                                                             

 

 

 


sábado, 13 de março de 2021

Uma Lição na Pandemia

 

                                                                Foto: Olhar Digital

Depois desse, aproximadamente, um ano de pandemia e todas as suas consequentes tragédias, apesar de tudo, há algo bom que possamos tirar como lição, caso o brasileiro aprenda o que deve ser valorizado: a Ciência, a Tecnologia e a educação pública e de qualidade.

A ciência sempre esteve nos bastidores, principalmente cientistas, e o momento agora é, além de muita pesquisa, gerar um canal de comunicação entre eles e o público leigo, o que já vem sendo feito por parte de muitos. Antes tarde do que nunca!

Diante desse movimento antivacina, que já estava ocorrendo antes mesmo da pandemia, com ela (a pandemia), a coisa tornou uma proporção descomunal e sim, a ciência e os pesquisadores precisam se aproximar da população, principalmente os jovens, e mudar isso, afinal todas as evidências estão a nosso favor. A vacina é uma realidade e funciona.

Apesar do empenho de muitos, ainda falta um alcance maior, pois os cientistas encontram muitos que ainda duvidam e acreditam em remédios não comprovados pela ciência, mas com tudo o que vem acontecendo a hora é de alertar e mostrar que quem vai salvar milhões de vida é ela (a ciência), é quem fará o trabalho mais pesado, salvando vidas. É só ela que pode fazer isso nesse momento tão delicado!

E quem é o cientista? É aquele que estudou anos e anos e hoje a sua profissão, não tão bem remunerada e sofrendo cortes, vive num laboratório procurando (pesquisando) remédios, sua eficácia e prevenções (vacinas) para males que muitas vezes foram causados pelo próprio homem. E agora, com tudo isso, a maioria dos brasileiros perceberam que não basta o trabalho deles, precisamos de políticas públicas eficazes, com pessoas que saibam o que estão fazendo no comando do país.

Não bastam médicos, enfermeiros, cientistas, professores e a tecnologia, não basta que eles estejam e continuem nos bastidores, suas vozes precisam ser ouvidas. O primeiro passo já foi dado, mas ainda há muito o que fazer. E que isso comece com os professores, que eles ensinem aos seus alunos o que é ciência, como ela funciona, para que as novas gerações não repitam o mesmo erro que cometemos ao delegar o comando do país, durante todo esse tempo, a quem não valoriza educação, ciência e tecnologia e não valoriza seus profissionais e professores. E, mais ainda, que deem ouvidos a quem realmente sabe do que está falando, e isso inclui os jornais, os divulgadores.

Muitas vidas se perderam, mas podemos salvar muitas delas ainda. Se as futuras gerações continuarem negando os nossos profissionais, estaremos fadados à destruição da nossa única casa e nossa única família: a Terra e os seres humanos.