Este ano tivemos tantos problemas, que eu tinha decidido não
me manifestar aqui nesse blog, pois afinal não havia nada informativo ou bom
para passar, mas infelizmente a última notícia, e a que mais me abalou, me fez
rever esse conceito.
Quando o ano começou, vimos todos os desmontes feitos por
esse (des)Governo inconsequente e irresponsável e eu juro que não pensei que
chegaríamos a tanto! Aí veio a pandemia, que aflorou ainda mais o quanto eles
são incompetentes, mas o mais triste é saber que ainda existem pessoas que
aprovam o que ainda pode piorar (e vai).
Essa pandemia foi irremediavelmente agravada pela falta de
incentivo à ciência, à tecnologia e à educação, junto com o desmonte das
universidades públicas e as pesquisas feitas por anos e anos a fio. E como eu
disse, o mais triste é que existem pessoas que ainda aprovam tudo isso, ainda
restam 30%.
Ainda por cima, diante de tudo, recebo a notícia de que o
companheiro do meu amigo faleceu, apesar de ele ser conhecido e um excelente
divulgador científico, não divulgarei o nome porque não pedi sua permissão. Isso
me abalou profundamente, foi um misto de revolta contra tudo o que está
acontecendo e contra todos que compactuam com isso e com esse presidente e sua
equipe de ineptos. A cada dia que passa, não me arrependo de ter me afastado de
todos que insistem em aprová-lo e mesmo dos que se arrependeram, por mais que
tenham se arrependido. Foram avisados,
pelo menos, #EuAvisei!
Não há espírito de comunidade, de sociedade, há um
individualismo, afinal as pessoas preferem não se manifestar para não serem
criticadas, para não serem chatas. Só que a questão está além disso e cobrar
uma postura de, pelo menos, resguardar o outro é obrigação. Mas a maioria
prefere se calar e eu vejo isso quando saio à rua e as pessoas estão sem
máscaras, aglomerando, medindo a temperatura no lugar errado e ninguém,
absolutamente ninguém, se pronunciando, porque não querem ser inconvenientes.
Me sinto mal por ser a chata.
Eu espero que, para o próximo ano, as pessoas tenham mais
pensamento crítico, que saibam diferenciar método científico de opinião, que
tenham mais empatia, senso de sociedade e que percebam que as pseudociências,
por mais que acreditem, podem matar. E é o que elas estão fazendo quando as
pessoas se calam ou ajudam a repercutir a má informação, a anti-ciência.
A ciência, a ética e a empatia devem permear todas as ações
humanas e é o que eu espero para o próximo ano. O resto será consequência disso. Despeço-me com profundo mal-estar desse silêncio constrangedor e cúmplice de
uma sociedade individualista e egoísta, uma sociedade que está doente. Sem mais
e com fontes!
https://www.youtube.com/watch?v=YgqISyhuVBU
Nunca vi 1 cientista
https://www.youtube.com/watch?v=PejAXQyyCv0
Roda Viva – A Corrida da Vacina
https://www.youtube.com/watch?v=ddxJ0CBOaxA
Natalia Pasternak no Band News
https://iqc.org.br/
Instituto Questão de Ciência com Natália Pasternak
https://www.youtube.com/watch?v=AK1I2arp8zk
Atila Iamarino
https://www.youtube.com/watch?v=nXALjXhEYp8
Monica de Bolle