FÍSICA SEM EDUCAÇÃO

A única maneira de fazer o Brasil progredir é com educação, informação e caráter.

domingo, 31 de julho de 2011

Exigência e cobrança fazem parte de nosso cotidiano e deve ser ensinado na escola.




Falando em SARESP, ENEM e etc., a pergunta que não quer calar. O aluno de escola pública passa no vestibular da USP, da UNESP, da UNICAMP sem cursinho? As universidades federais, estaduais não deveriam ser acessíveis aos alunos da escola pública? Ou vice-versa.

A proposta do Estado de São Paulo não chega nem perto do conteúdo aplicado nos vestibulares dessas universidades. Por que, em vez de serem oferecidas bolsas de estudo nas faculdades particulares, que por sinal virou um comércio, porque não investem numa educação pública de qualidade, para que o aluno que não tem condição de pagar seja valorizado pelo seu “saber” e não pela possibilidade de uma bolsa para que ele continue seus estudos? Há uma inversão social de valores.

A escola tem que ser valorizada, deixando de ser facilitadora, como diz no dicionário Aurélio, e passando a ser uma transmissora de conhecimento dentro de uma sociedade, mas que ensine, acima de tudo, que uma sociedade possui regras que devem ser seguidas, como por exemplo, ele tem que buscar o conhecimento, através do professor, para conseguir notas adequadas e ser promovido, pois o papel do “passar de ano” é estimular a busca ao conhecimento e se não conseguiu notas adequadas para ser promovido terá que fazer de novo. Afinal de contas, a vida não é assim, se não nos adequamos, “não tirarmos nota” seremos reprovados e dificilmente teremos uma segunda chance, dificilmente poderemos “fazer de novo”.

E  esse valor deve ser ensinado desde o ensino fundamental. A escola deve fazer o papel de formar cidadãos para uma sociedade e para que isso aconteça deve exigir, cobrar e ensinar. Ensinar valores educacionais e sociais, regras também fazem parte de nossa sociedade. Exigência e cobrança fazem parte de nosso cotidiano e também deve ser ensinado na escola.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Você não acredita em Papai Noel? Como não?


Mais um dia de reunião pedagógica, mas desta vez com medidas que me deixaram extasiada, ou melhor, indignada. Na ultima reunião no pólo, pediram pra que escrevêssemos o que achávamos que deveria ser mudado na educação e uma, somente uma, foi aderida. As férias seriam parceladas em duas vezes, quinze dias em janeiro e quinze dias em julho. Que coisa, né! Parece piada, sem comentários. Hoje, a nossa supervisora, foi nos trazer as mudanças que foram feitas na educação e me deixou perplexa? Indignada? Horrorizada? Desanimada? Nem sei o que dizer.

Mudanças radicadas numa proposta “PMDBista”. A educação do Estado não quer formar cidadãos, quer fazer com que o povo continue naquele mesmo pensamento conservador.

Essa legislação nova abrange a formação e o aperfeiçoamento do professor, desde que sejam pelos cursos oferecidos pela rede. A proposta curricular deve ser seguida a risca, pois vai haver uma “fiscalização” contínua e direta para que isso seja feito e tudo isso mascarado por um discurso que diz oferecer um apoio para o professor resolver os problemas do processo ensino-aprendizagem, de acordo com o currículo que eles oferecem, é claro. Que o aluno vai ser acompanhado individualmente e que o professor deve avaliar cada caso e isso com o “apoio” do Estado.

Nossa! Como eles são preocupados! Mas, e o SARESP? Se o aluno vai ser avaliado como indivíduo? Eles vão fazer uma avaliação de acordo com a realidade de cada escola e de cada aluno? E, mesmo aquele aluno que está na oitava série, nono ano, mas não sabe nem as operações básicas da matemática, porque isso é uma realidade, não vai ser avaliado quantitativamente e sim qualitativamente? E que mesmo naquela escola, que os professores fazem um trabalho que vai além da pedagogia, como é o caso de muitas professoras PEB I que trabalham comigo, e conseguem, depois de muito esforço, fazer o aluno se enquadrar na comunidade escolar e que só depois de muito tempo conseguem uma evolução emocional e pedagógica, vão ser recompensadas pelo Estado, afinal de contas, esses alunos não atingiram uma média quantitativa, mas fizeram uma diferença qualitativa, como eu vejo todos os dias ? E o Papai Noel vai à casa de cada criança carente no Natal e satisfazer os desejos de cada um, afinal e contas, Papai Noel existe! Você não acredita?

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Profissão: educador, psicólogo, babá...


Reunião de planejamento e uma das discussões foi a progressão continuada, só que nessa história estamos num “mato sem cachorro”, então “se correr o bicho pega e se ficar o bicho come”. Na realidade o aluno que não estuda, não vai estudar somente por não ser reprovado, alguns argumentam que não adianta reprovar, afinal, "a vida ensina". Mas os professores são obrigados a fornecer dados para o Governo (IDESP, SARESP...) e somos cobrados, ou seja, eles querem dados e cabe a nós, professores, fornecê-lo.

Por outro lado, os alunos não são cobrados por não estudar, claro que não estou me referindo à maioria, pois tem muitos que a família é presente na vida do aluno e dele é cobrado nota, participação, presença, mas,  estou me referindo a aqueles que simplesmente não querem saber de nada, não tem obrigação de nada, ou pelo menos, acham que não tem, por diferentes motivos.

Só que essa progressão continuada desmotiva os alunos bons, que muitas vezes reclamam, e com certa razão, pois estudam, tiram notas boas e pra que? Se o aluno “ruim” não faz nada e é promovido também. Claro que podemos argumentar mil razões pra continuarem a serem bons alunos, mas é complicado não é? É complicado fazer com que eles aceitem esses argumentos.

Na matéria anterior falei sobre a recuperação, que era um absurdo e, realmente é, porque muitas vezes só depende do professor e recuperação é um trabalho que exige do professor e dos pais, mas também acredito que um trabalho de recuperação quando feito em trabalho conjunto favorece e muito o aluno. Então, esse projeto vai ter um resultado em longo prazo, afinal, o professor tem condição de “influenciar” a vida desse aluno e também os dos pais.

Resumindo, o professor tem que ser babá, psicólogo, orientador, educador e etc., e nem recebemos o suficiente nem pra sermos educadores, falta a valorização da nossa profissão, afinal de contas, SEM EDUCAÇÃO O PAÍS NÃO ANDA. Será que um dia vão nos valorizar? pense nisso na hora de votar.

Estudar ou mexer no celular?


Hoje, estávamos discutindo em HTPC (horário de trabalho pedagógico coletivo) as mudanças tecnológicas que estão ocorrendo no mundo, os avanços da tecnologia é muito grande e esta futura geração não está preparada para essas mudanças. Vou explicar:

Peço pra minha filha lavar a louça, como sempre tenho que pedir e ás vezes até ameaçar de tirar o celular, ela espera eu chegar, cansada, argumenta que está com cólica, como eu não dou bola para os seus argumentos, ela resolve lavar. Lavou, mas quando eu olho em cima da mesa, no computador do lado da cama, mais louça, nem falei nada na hora.
No dia seguinte, eu a questionei, mas fiquei pensando sobre outras situações. O adolescente hoje tem acesso a um monte de coisas, eles “conseguem” estudar, falar no MSN, ouvir música e com a TV ligada, mas será que realmente conseguem?

Na realidade eles fazem tudo isso, mas não fazem nada, porque não se concentram em nada, a dificuldade de aprendizado está realmente nisso, falta uma concentração e houve também uma inversão de valores sobre o que é importante. O jovem prioriza o celular de ultima geração, o carro, o computador entre outras coisas, mas estudar não é mais prioridade e nem adquirir o conhecimento.

Temos uma globalização, temos as informações, mas não sabemos o que fazer com elas, eles sabe manusear um celular de última geração, mas não querem ter o mínimo de conhecimento da tecnologia que foi empregada pra ele conseguir se comunicar com o mundo todo pela internet através de um celular. Aí eu fico pensando, o que será que vai acontecer com tudo isso, afinal o interesse pelo conhecimento científico está cada vez menor e ao invés de evoluirmos vamos parar, porque as futuras gerações não terão mais curiosidade científica, vão querer a coisa pronta.

 Acho que estou sendo pessimista demais, mas é uma coisa que temos que pensar e principalmente tentar “colocar na cabeça” desses jovens o pensamento científico, a vontade de adquirir conhecimentos e evoluir cada vez mais.

terça-feira, 26 de julho de 2011

texto do blog do professor Luiz Ramos

Carta a Dilma -1

Presidente Dilma,queremos um vale sim, uma regulamentação de um vale aula alimentação para todos so professores, e é esse profesor que vai dar desenvolvimento para todos os brasileiros.
O professor é uma peça muito importante para o crescimento real do país.
Deixar de educar não é mais um ato político das pessoas conservadoras e que pertenciam a monarquias dominadoras do passado com medo de perder a posição política.Não dar educação hoje é não acompanhar nenhum projeto de desenvolvimento econômico, É NÃO ACOMPANHAR O PROGRESSO TECNOLOGICO E DE INFORMAÇÃO DAS EMPRESAS, é mandar a nação para o "4o mundo".
Acreditamos em transformações de leis e/ou atos que melhorem de fato as condições do professor brasileiro.
E isso é sim governar bem.

Abçs.lr

Quem precisa se recuperar é o professor


Apesar de ser professora de recuperação paralela, acho um dos maiores absurdos do nosso governo (entre tantos na educação), primeiro lugar: aluno que não gosta de estudar vai mau escola, isso é um fato, ele vai na escola porque se ele não for o conselho tutelar vai na casa dele e a mãe é responsável, afinal temos o “Escola para todos”. Mas, desde quando escola é para todos?
Aluno que não quer estudar vai na escola bagunçar, comer, brincar...menos estudar e outra coisa, ele não precisa saber, ele vai ser promovido de qualquer jeito. Ah não! Desculpe, na oitava série, nono ano ele pode ter que refazer o ano, ou pelo menos ficar de DP (isso não é coisa de faculdade?). Mas no ultimo ano do ensino fundamental, aquele “aluno problema” vai ser promovido, afinal, qual é o professor que vai querer ele “enchendo o saco” mais um ano?
Voltando a recuperação paralela, imagina o aluno que não quer estudar e não é obrigada a vir na recuperação, é claro que ele não vai comparecer. Nessa, o diretor tem que “pegar no pé” do aluno, fazer ameaça, até torturar ( exagero!!!), mas exageros à parte, recuperação paralela só funciona porque professor, diretor e coordenador tem um trabalho desgastante e ainda somos muito mal remunerados. Não concorda? Então vai dar aulas de recuperação pra aluno que não ta a fim de aprender e também não tem obrigação nenhuma pra isso.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Dormir pra que?


Volta às aulas. e começaremos tudo de novo, com a esperança que vai ser diferente (afinal, é a esperança que nos move), o governo teve mudanças nas férias dos professores, é claro que as noticias não foram boas, reduziram as nossas férias. Bom, a realidade é que vamos trabalhar mais. Mas, mudando de assunto, estava pensando nas provas avaliativas do fim do ano e realmente o que nos falta pra passarmos nas provas é tempo, pra nos dedicarmos ao estudo. Então o que o governo deveria fazer é proporcional cursos remunerados para professores que não passaram na prova, não é? Afinal, se passou é porque estudou e sabe o conteúdo (não é assim que eles pensam?) Então, já que professor é um profissional que está escasso no mercado, porque não oferecer cursos para “qualificar” profissionais da educação. Por exemplo, sou formada em física e durante dois anos consecutivos dei aulas de matemática no ensino fundamental, e com a carga horária completa e em três escolas, agora eu pergunto: Vocês acham que tive tempo pra estudar? Resultado: concurso no meio do ano, não tive tempo de estudar física, como já tinha dito, e não dei aula de física. É claro que não consegui passar, realmente me faltou força de vontade, pra que dormir?

sábado, 23 de julho de 2011

Educação sem física (sugestão do meu mestre Angelo Rober Pulici)


Hoje os professores são avaliados todos os anos com provas para avaliar a qualidade de ensino, achei uma entrevista de um professor do Imperial College (Londres), um dos mais conceituados colégios do mundo e percebi que o problema não é só no Brasil, segue um trecho dessa entrevista:(...)nas escolas, os professores têm de provar que trouxeram "valor acrescentado" aos alunos, vendo-se assim obrigados a deixar de preparar as aulas e a passar em vez disso a trabalhar com dispendiosos programas para tratamento estatístico de dados fornecidos pelo governo, produzindo números sem significado para uso de funcionários governamentais que nunca puseram os pés numa sala de aula(...), (João Magueijo, doutor em cosmologia e professor de física no Imperial College).
A nossa realidade é a mesma, temos que trabalhar com apostilas e fornecer dados para o governo, promover alunos, simplesmente para melhorar estatísticas. Aluno alfabetizado é aquele que sabe escrever o nome, estou exagerando?