FÍSICA SEM EDUCAÇÃO

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segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Base Nacional Comum e a religião


Duas vezes por ano eu, junto com professores/colaboradores do GT USP Escola, promovemos um encontro com cursos em diversas áreas e, contamos com a participação de professores do país todo. Os cursos são gratuitos e acontecem no período de férias (janeiro e julho), afinal é uma semana de evento com palestras, oficinas, cursos e conversas e todos os anos vem sendo um sucesso.
Além disso, todos os meses nos reunimos para discutir, não só sobre o evento, mas também sobre o ensino público do país. Há algum tempo contamos com a ilustre visita do professor doutor, Ítalo Dutra responsável pela elaboração da Base Nacional Comum do MEC, que nos convidou, assim como a todos os cidadãos brasileiros interessados no ensino público, a participar da proposta desse documento. Desta forma o nosso grupo tem se empenhado nessa discussão, que é de suma importância para o avanço educacional do país.
O documento já está sendo elaborado, mas ainda precisa das contribuições de todos para que se torne oficial e essa colaboração é essencial. Eu penso que nosso país só avançará quando os cidadãos perceberem a importância da educação.
Um dos assuntos que me chamou atenção nesse documento foi a inclusão do ensino religioso, pois a meu ver religião não deveria ser ensinada na escola por dois motivos:
O primeiro e mais óbvio é que não caberia uma disciplina específica para tal, mesmo porque não há professores suficiente nem para suprir a demanda das disciplinas já propostas. Se o tema fosse relevante, mesmo assim creio que mais ainda seria a inclusão do ensino político. 
O segundo motivo é que a religião deve ser ensinada pela família. Concordo que precisamos ensinar aos alunos, futuros cidadãos, o respeito pelas escolhas religiosas, mas não só ela, igualmente aos times de futebol, posicionamentos políticos e outras diferenças culturais.
O ensino de ética e cidadania é um dos focos do ensino em todas as matérias e a filosofia e a sociologia ensinam esses conceitos, sem precisar da criação de uma matéria específica. O estado é laico e temos, antes de qualquer coisa, continuar a preservar isso.
O MEC lança um documento preliminar da Base Nacional Comum Curricular, o texto estipula o que 190 mil escolas de todo país serão obrigadas a ensinar, o MEC quer concluir a consulta e redação do texto final até março de 2016. PRAZO: O PNE (Plano Nacional de Educação) estabelece que  em junho de 2016 encerrar-se-á a meta de estabelecer uma "proposta de direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento". A Base Nacional será apresentada como resposta a essa demanda.

"A forma como está disposto na plataforma ainda parece muito disposto nas caixinhas das disciplinas. Vamos ter que começar a ouvir os especialistas em currículo", disse
Ricardo Falzetta, gerente do programa "Todos Pela Educação".
A proposta da Base Nacional Comum está, nesse momento, aberta para sugestões pela internet. Depois, será submetida a uma consulta pública antes de o texto final ser redigido.