Entenda o que são os “cortes” de gastos na educação. Será
que eles ajudam a economia?
Após os últimos protestos dos estudantes das universidades
federais e estaduais, de escolas públicas, alguns das privadas, professores e
trabalhadores contra a reforma da previdência e os cortes na educação, li
diversos comentários nas páginas sociais, a maioria apoiando, conscientes do
que isso acarretará ao país. Mas uma minoria ainda insiste, tentando defender algo
sem ter a menor consciência, simplesmente por serem apoiadores de um Governo
falido e por pura ignorância. Educação não é balbúrdia!
Muitos sequer conhecem o que está na Constituição e não
sabem a definição do que é ser patriota, apesar de eu não gostar muito desse
termo. Ele vem de pátria, que vem do Latim PATRIOTA, “o que ama ou
serve à pátria”, do Grego PATRIOTÉS, de PATRIS, “terra natal”, por sua vez
derivado de PATÉR, “pai”. Não sou patriota, pois não acredito nessa servidão à
pátria, mas quero um país melhor e quem me conhece sabe que isso significa,
como prioridade, uma educação pública de qualidade para todos e a diminuição
das desigualdades sociais e, para isso, contamos com as prioridades do governo
federal.
Mas, qual a função do governo federal?
Um presidente, que faz parte do executivo e do Governo
Federal, deve em primeiro lugar ter como meta o bem-estar social (população/nação),
diminuindo a desigualdade social, através de geração de empregos, moradia etc. dando oportunidades a todos e, em segundo
lugar, gerar crescimento econômico, nessa ordem.
Com relação à desigualdade, ela só pode começar a ser
resolvida com, entre outros fatores, educação pública de qualidade, pois a 4ª revolução industrial, tecnológica e
científica exige não só trabalhadores tecnicamente preparados, mas também
cérebros pensantes, como o mínimo necessário para o desenvolvimento de uma
sociedade.
Na postagem anterior, que você pode ler aqui, mostrei o que está por trás dessa manobra para destruir a
educação pública, incluindo as universidades e essas pessoas que se dizem
defensores da pátria, os ditos homens de bem, deveriam, antes de qualquer
coisa, lutar pelo cumprimento da Constituição, que diz:
Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino.
§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos
Territórios, financiará as instituições de ensino públicas federais e exercerá,
em matéria educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir
equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do
ensino mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de
1996)
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino
fundamental e na educação infantil. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
14, de 1996)
§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão
prioritariamente no ensino fundamental e médio. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 14, de 1996)
§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, os Estados e
os Municípios definirão formas de colaboração, de modo a assegurar a
universalização do ensino obrigatório. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
14, de 1996)
§ 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao
ensino regular. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).
Como podem perceber é obrigação do Estado (ente federado) e
da União financiar as instituições públicas federais, cabendo aos estados e municípios
a educação básica. Então antes de acusar os Governos Federais dos índices ruins
nas escolas públicas saibam o que determina lei e cobrem das pessoas certas
(prefeitos e governadores).
Para
terminar, acredito que, se as pessoas usassem as redes sociais para debates
realmente produtivos e divulgação de conhecimento, teríamos um país melhor e
não elegeríamos um presidente só por ir contra um sistema ou a corrupção, pois
isso (corrupção) só será revertido através da conscientização política da
população e de uma educação pública laica, de qualidade e que respeite as
diferenças, pois, ao contrário do que pensa o atual presidente, ele não governa
sozinho nem apenas para os seus seguidores ou eleitores. Não estamos numa
ditadura. Embora recente, estamos construindo nossa democracia e não podemos, como
nesses últimos anos, nos deixar manipular e continuar cometendo erros após
erros. Temos que nos conscientizar de que o conhecimento histórico/social/político
é imprescindível e a internet, tanto quanto a escola, tem um papel fundamental
nisso e, ao contrário do que essa nova política (neoliberal) nos faz acreditar,
mercado não é a solução e liberar a economia também não. Os vídeos abaixo mostram
o que significa tudo isso: "Mercado não seria a solução, ele é o
problema"
A quem interessa o desmonte do Brasil?
Vale ressaltar que as referências postadas aqui não devem ser
sua única fonte de conhecimento. Uma sociedade consciente é construída com
educação e criticidade. Lutemos por ambas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário será aprovado após lido, obrigada!