FÍSICA SEM EDUCAÇÃO

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quarta-feira, 1 de abril de 2015

Subônus



         Nosso governador do Estado de São Paulo realmente ridiculariza os professores. Primeiro deu um depoimento, ao se referir à greve, dizendo que todo ano era essa novela: leia mais aqui.  Verdade, governador, e é mesmo, novela mexicana, um dramalhão, o pior é que o senhor, por ser o autor dessa novela deveria colocar um final feliz, o que não faz. No começo do ano,  houve um aumento do próprio salário, veja aqui(),  dizendo que está abaixo da inflação. Ora, senhor governador, o salário dos professores está desde sempre abaixo do reajuste da inflação e dos outros salários de profissionais com o mesmo grau de escolaridade. Vamos combinar que um aumento de 4,7% num salário de 2 mil é bem diferente do que num salário de 20 mil, não é mesmo?



           Numa entrevista, o senhor diz ter dado aos professores um aumento e que estamos reclamando de barriga cheia, segundo a Folha, como está noticiado aquidepois de anos sem aumento, mas esqueceu de explicar que isso se refere a apenas um reajuste e que ele será dado em quatro anos! Ou seja, ao final de quatro anos esse “aumento” estará bem defasado, não é mesmo? Não precisa nem ser economista para saber disso. O senhor engana a todos descaradamente e os jornais, que servem ao seu (des)governo, assinam embaixo e (des)informam a população.


          O código de ética dos jornalistas? Não existe.



         Em plena greve dos professores, o senhor nega a greve, basta verificar aqui assim como negou o racionamento. Não contente com isso, depois, alguns jornais, por guerras políticas e ideológicas, dizem que a greve é injusta, porque estamos em plena crise e... blábláblá! Nenhum deles, no entanto,  se preocupou em averiguar a situação dos professores e das escolas públicas. Falam mal baseando-se em dados distorcidos e, como se não bastasse, em alguns estudiosos que, na verdade, nunca puseram o pé numa sala de aula de escola pública ou, se puseram,  foi em uma época bem remota. Mais uma vez a nossa imprensa manipula.

        Professor não luta apenas por salários, mas por melhores condições, inclusive para seus alunos.  Se os R$ 700 milhões destinados ao bônus fossem revertidos aos salários dos 232 mil servidores, como lemos aqui teríamos um aumento de mais de R$ 3 000 nos salários de todos os professores, basta juntar os SUbônus dos outros anos. Sem falar que esse SUbônus é algo obscuro, como já relatado neste texto escrito para o blog do professor Adonai , neste blog,  A população, enganada e mal informada, em plena era de globalização, não tem nem como  questionar. Reproduzo, aqui, uma resposta de uma professora ao jornaleco Folha de São Paulo sobre a greve, intitulada “Deseducação pela greve”. Pelo título, não se pode esperar nada de bom, ainda mais desse jornal. Não colocarei o link da reportagem, porque não quero aumentar as visualizações a esse jornal: 

                                 "Caro colegas
Reproduzo aqui um texto da Profa. Rogeria Pelegrilelli enviado ao Ombusdam da folha sobre este editorial
"AGORA COM MAIS TEMPO... escrevi para o ombudsman da Folha de S. Paulo,
ombudsman@grupofolha.com.br (cópia do e-mail aqui)
Caro, Ombudsman da Folha de S. Paulo,
A infelicidade do Jornal começa pelo título de seu editorial de 26 de março de 2015: DESEDUCAÇÃO PELA GREVE - agressivo, parcial, mal informado, subjetivo, manipulador e tendencioso.
O que esse jornal chamou de Editorial, traz inverdades, porque afirmou, logo no início de sua publicação, que “a bonificação que será paga pela Secretaria da Educação de São Paulo abrange todos os funcionários, porque a rede estadual superou metas pedagógicas em todos os níveis de ensino”.
Enorme engano: desinformação ou manipulação de informação para colocar a opinião pública contra os professores?
Continua esse editorial afirmando que defende a valorização salarial da carreira docente, porém, logo a seguir, afirmam que “parte dessa melhoria deve vir na forma de premiação por desempenho, (…).”
Pergunto: O que os senhores, responsáveis por esse editorial, conhecem de escola pública? Já enfrentaram salas de aulas superlotadas, com seus diferentes perfis, defasagens de aprendizagem, com falta de estrutura, de materiais pedagógicos, de apoio psicopedagógico, de profissionais especializados para lidar com a heterogeneidade da clientela, sem falar da violência, pobreza, drogas, prostituição etc?
Conhecem bem a progressão continuada? Sabem que esse tão “famigerado bônus” está atrelado aos índices de aprovação nas escolas? Portanto, quanto ao índice "aprovação", as escolas que menos reprovam têm mais chances de obtê-lo.
Sabem que os resultados/correções dessas avaliações (SARESP) não são conhecidos pelas escolas e muito menos pelos professores? Que apenas "um índice" é apontado no ano seguinte, sem acesso às avaliações para que os docentes tomem conhecimento dos erros e acertos de seus alunos porque TODAS as avaliações são recolhidas, lacradas e enviadas ao Governo?. Sabem disso?
Se docente é “profissão decisiva para o futuro do país”, e “Quem trabalha duro para educar e qualificar a população merece contrapartida adequada”, como escreveram, caros editores, os senhores foram, além de cruéis e maldosos, contraditórios também.
Em seguida, em seu texto difamatório, opinam quanto ao pleito: “descabido”. Dizem que “O professorado tem obtido reajustes anuais” e que “A inflação acumulada em 12 meses está em 7,7% (IPCA).
Será que os senhores têm conhecimento de que, nesse ano, o reajuste será de ZERO %? Conhecem as perdas salariais da categoria? Conhecem a realidade dos professores que têm que trabalhar em mais do que uma escola, mais de uma rede, com acúmulos na rede municipal ou particular para conseguirem um salário digno?
Por fim, em seu texto, saem em defesa do Governo do PSDB, alegando que o objetivo da greve é político. Atacam CUT e PT e afirmam que “a Apeoesp se mostra inclinada a manobrar a categoria para fustigar o governo estadual do PSDB”. Fiquei até comovida com essa demonstração de apoio ao Governo de São Paulo pelos senhores editores…
PROFESSOR EM GREVE não compactua com CUT, PT ou qualquer outra sigla que queiram utilizar. A greve não é da Apeoesp, é dos professores: cansados, desmotivados, desvalorizados, reféns de uma sociedade e governos que não os valorizam, bem como de alguns meios midiáticos.
Terminam suas mal fadadas linhas afirmando que “Ao cruzar os braços poucas semanas depois de iniciado o ano letivo, os professores em greve deixam a seus alunos a lição de que o ensino figura entre as últimas de suas prioridades”.
Eu termino meu comentário com a observação de que os senhores conseguiram reinventar o gênero textual EDITORIAL. Poderiam trocar esse texto para a seção de propagandas (enganosas)… ou então criarem um espaço para esse tipo de manifestação, caracterizada pela desinformação e manipulação de informação.
Rogeria Pelegrinelli "


           

Outra reportagem que aconselho a lerem é sobre a participação dos professores nessa história toda, ou seja, a imprensa não se preocupa em ouvir professores, mas em alterar informações: mais informações leia aqui
Quero que entendam que a luta é por um país melhor, com a população com uma educação de qualidade, com boa infra-estrutura. E essa luta não deveria ser somente dos professores, mas de toda a população.
Para que se entender melhor a história do bônus e repensar, caso alguém seja a favor desse tipo de meritocracia, leia este texto (é longo, mas vale a pena): Acessem aqui  

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