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segunda-feira, 23 de julho de 2012

Ciência: a maior conquista da humanidade



Mais uma vez traduzi um texto de Byron Jennings do site Quantum diaries. Particularmente, como já havia dito gosto muito desse físico e autor e espero que gostem também...Boa leitura


                                                             Tomás de Aquino



Ciência: a maior conquista da humanidade

...Ciência: a maior conquista da humanidade. Pode haver alguma dúvida? Nos quatrocentos anos desde que a ciência entrou para o foco principal, nós aprendemos como o Universo funciona, mudou a nossa concepção sobre o lugar que ocupamos no espaço, e tivemos o conhecimento necessário para desenvolver uma fantástica tecnologia. Temos uma grande história: uma história inspirada num grande estrondo primordial que originou o Universo e também uma ordem no caos [1] através de uma auto-interação, e finalmente, a vida surgindo e evoluindo no nosso canto do Universo. Nós formamos modelos que descrevem o universo em tamanhos de escalas maiores e visíveis até subatômicas: astronomia, biologia, química, cosmologia, medicina, física, psicologia, animados, inanimados, presa e predadores e etc. Os modelos formam um mosaico que se sobrepõem formando um conjunto harmonioso. Um retrato surpreendentemente completo. Ainda há muito que saber, mas vamos dar os créditos à ciência, que está mais conhecida. E sim, devemos estar contentes de estar vivendo numa época em que ela está muito conhecida.
No entanto a ciência tem duas vias: não oferece nem as ilusões da certeza nem uma resolução. Certa vez me deparei com um testamento em que sua última vontade era: eu entrego meu corpo para ser enterrado com a certeza de que serei ressuscitado no dia do julgamento. Ah, o dia do julgamento ainda não chegou, por isso não sei se o seu testamento será válido, mas uma ressurreição do corpo é muito menos proeminente numa apologia cristã do que costumava ser. Quando se trata de conhecimento, a ciência promete menos, mas oferece mais do que seus concorrentes em filosofia ou teologia. Gostaria de ter Isaac Newton (1642-1727) com Renè Descartes (1596-1650), Immanuel Kant (1724-1804), Tomás de Aquino (1225-1274), ou William Paley (1743-1805) em qualquer dia e todos juntos. Seu conhecimento infalível em grande parte desapareceu, mas o conhecimento incerto e aproximado de Newton ainda está sendo utilizado em muitas aplicações práticas. Pergunte a qualquer engenheiro mecânico.
No Guia do Mochileiro das Galáxias, Douglas Adams (1952-2001) coloca os problemas numa outra perspectiva. Havia um marido cuja esposa dizia-lhe para colocar as coisas em uma nova perspectiva. No entanto, quando alguém olha para os problemas, eles percebem o quão insignificantes eram com relação à vastidão do Universo e, invariavelmente, enlouqueceram e morreram. Isso prova que se a vida existir num universo deste tamanho, a única coisa que podemos nos dar ao luxo de ter é senso de proporção. Ah sim, a necessidade humana da importância e da finalidade. Eu acredito que a melhor geração da ciência virá acompanhada de um propósito, que é a entropia [2] . Não tenho certeza que é pior do que eu tinha ouvido falar na apologia cristã, que dizia que fomos criados por Deus para adorá-lo. Pessoalmente eu nunca iria adorar um Deus narcisista.
Apesar de suas deficiências, perceptíveis ou reais, a ciência tem um tremendo histórico. Mas o melhor ainda está por vir. Não vamos cometer o erro dos físicos do final do século XIX, que pensavam que todas as questões importantes tinham sido respondidas. Há muitas coisas que as mentes questionadoras querem saber: O que, ou alguma coisa, que estava lá antes do Big Bang? Como combinar a gravidade e a mecânica quântica? Existe uma solução para o aquecimento global que seja politicamente aceitável? Há supercondutores na temperatura ambiente? Como a vida começou? Qual a inteligência dos neandertais? Como funciona a mente? O último me parece ser a pergunta mais interessante: a fronteira final. Ela tem o potencial de abrir totalmente uma nova frente para o conflito entre ciência e religião, ou a ciência e a filosofia. Mas é interessante, no entanto. Responder a essas e outras questões que levarão a inteligentes abordagens teóricas e experimentais e abordagens inteligentes para inteligentes financiamentos. No entanto as técnicas científicas estão à altura dessa tarefa.
Mas o que é ciência? Em última análise, é uma atividade humana, um exercício da mente humana. Nós construímos modelos e paradigmas e assim nossas mentes e cérebros evoluíram para lidar com as mais complexas experiências. Assim, as ciências da natureza estão intimamente ligadas à pergunta acima: Como funciona a mente? Em última análise, como a ciência funciona, na verdade a própria definição de conhecimento, são questões para a neurociência e o estudo empírico da mente.
Estou fazendo um intervalo neste blog para o resto do verão, mas posso sugerir outros blogs no outono...


Uma colocação muito interessante a respeito da ciência e de como nossa mente pode evoluir com o seu conhecimento. Espero que tenham gostado do texto, o texto completo vocês podem ler aqui :

2 comentários:

  1. Texto muito interessante.
    Mas que levanta muitas perguntas e dá poucas respotas. O que até é natural pois aborda não só as ciências naturais, mas também as ciências sociais e humanas.
    E se falámos de ciências sociais, invitavelmente acaba por surgir este interminável confronto com a religião. Mas é fundamental que se reconheça que se a ciência, per se, não precisa da religião para o seu desenvolvimento, por outro lado essa mesma ciência é "feita" por nós, seres humanos, com os nossos medos e incertezas, dúvidas e convicções.
    Sejamos nós capazes de investigar, experimentar e teorizar, utilizando as ferramentas da ciência, e tudo estará bem. Independentemente das crenças de cada um (ou da ausência de crenças.
    Desde Galileu até aos nossos dias percorremos um caminho fascinante e muito produtivo. Estou otimista e expectante em relação ao futuro!

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    1. Sim Rui, e o que eu sempre coloco é que podemos ter fé, mas não podemos ter medo de saber, mesmo que essa descoberta contradiga o que pensávamos. Quem tem fé realmente, ela nunca será abalada. Por isso cientista é cético, pois se não fossem não procurariam respostas e ainda viveríamos num mundo geocêntrico, não é mesmo? Obrigada pelo seu comentário :))))

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