Fonte: Globo
O que é ciência?
Vamos falar de opinião e método científico?
Existe uma ignorância muito grande de como a ciência
funciona e de quais são os métodos utilizados para embasamento científico.
O que eu mais ouço é que a ciência pode errar e que nem
sempre ela está certa. Vários pormenores, no entanto, são descartados por
aqueles que desconhecem seus métodos, um grupo, infelizmente, ainda constituído
de um número grande de pessoas, muito mais do que deveria!
Essa falha pode estar diretamente ligada a uma educação
defasada, tanto na formação de profissionais quanto no ensino infantil, desde
professores que não são preparados de forma adequada para instigar na criança a
crítica e o ceticismo até o desinteresse pela busca desses conhecimentos em
pleno século XXI.
Tudo isso pode ter vários motivos, desde políticos e
ideológicos até motivos de ordem pessoal.
Fonte: Universo Racionalista- Por que devemos escolher a ciência ao invés das crenças?
Um exemplo dessa defasagem pode ser exemplificado na crença
dos tais kits da Covid, no movimento antivacina, na crença absurda da terra
plana, nas pseudociências (crenças disfarçadas de ciência) como a astrologia,
as crendices populares, a homeopatia, a aparição de discos voadores etc. etc.
etc..
Em todas as áreas do conhecimento humano, há sempre algum
profeta, algum charlatão travestido de cientista ou autointitulado sábio, guru,
sacerdote etc. a dizer e difundir coisas que confundem o público leigo, usando
uma linguagem pseudocientífica ou o puro “embromês” ou ainda citações
devidamente distorcidas de livros e santos e sábios antigos para fundamentarem
suas crenças.
Para que uma ideia (ou uma teoria) seja provada
cientificamente, ela precisa, em primeiro lugar, partir de uma hipótese válida,
com uma boa fundamentação teórica. Esse é o primeiro passo! Se não tiver
fundamento, nem é testada. Depois de passar por esse primeiro crivo, os
cientistas de um determinado laboratório vão testá-la, tanto através de
experimentos quanto de simulações em ambientes controlados ou no computador.
O experimento ou a simulação são repetidos incansavelmente até
que os resultados se enquadrem num padrão razoável de confiabilidade. Então, a
hipótese é levada a outros laboratórios para revisão do estudo. Novos testes
são feitos. Em seguida, os trabalhos e as experiências são publicados em
revistas especializadas, para conhecimento e avaliação de outros cientistas que
possam dar um feedback a respeito desse experimento. É o que chamam de pré
prints.
Se o estudo for confirmado (a revisão teórica e as
experimentações ou simulações) pelos outros laboratórios espalhados pelo mundo,
tem-se a publicação do trabalho e seus resultados numa revista científica da
área. No caso da medicina, temos a Lancet, mas cada área tem sua revista
“oficial” e séria. Aí vira uma teoria científica, um print, ou seja, de acordo
com o senso comum da área do conhecimento a que está afeita, torna-se “uma
teoria” - que ainda está sujeita a discussão e de mais estudos que propiciem um
de profundo embasamento e de outras comprovações. Nessa situação, a teoria dificilmente
é descartada, mas pode ser modificada, caso surjam novas evidências diante de
novos avanços do conhecimento ou da tecnologia.
Todas as áreas do conhecimento humano se utilizam da ciência
para embasamento de suas teorias, de uma forma direta ou indireta, mas sempre
dependem da comprovação pelo método científico, para se tornarem válidas e
serem divulgadas e ou utilizadas.
Ah! Mas existem teorias que foram descartadas!
Não é bem assim, teorias não foram descartadas ou refutadas,
mas sim aprimoradas. São como um edifício em construção: existe uma base que
precisa ser bem construída (que é a teoria) e ela é aprimorada conforme novas
evidências vão sendo apresentadas. Então usar esse tipo de argumento não é
válido, pois estamos na era tecnológica e científica e com grandes avanços. Quando
uma publicação é feita numa revista renomada e revisada por pares, ela já foi estudada
e verificada por cientistas de vários lugares, com diferentes crenças (porque
nem todos são ateus) e com diferentes posições políticas e ideológicas.
Portanto, não é mais opinião, é estudo!
A ciência não é feita de crenças nem de opiniões, mas sim de
estudo sério e sistemático que independe da opinião de quem quer que seja.
Referências:
https://www.periodicosdeminas.ufmg.br/o-que-e-preprint/
https://oglobo.globo.com/sociedade/artigo-entre-ciencia-a-crenca-existe-uma-grande-diferenca-23941757
https://universoracionalista.org/nao-a-ciencia-nao-e-baseada-em-fe/
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