FÍSICA SEM EDUCAÇÃO

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quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

O QUE PODEMOS ESPERAR DESSE GOVERNO?




Ainda é muito cedo para fazer uma avaliação? Não creio. Em poucos dias, conseguiu determinar (ou indicar), infelizmente de forma negativa, o que acontecerá nos próximos anos. Vou-me ater apenas na área de educação, pois acredito que será a parte mais afetada pelas incoerências mostradas até agora. O novo ministro da educação -  MEC (Ministério da Educação e Cultura, por enquanto) -, Ricardo Veléz Rodrigues, vive num mundo alheio à realidade e tem como parâmetro um senhor que, apesar de não ter nem a antiga 4ª série (ensino fundamental 1 – 5º ano) se autonomeia filósofo, Olavo de Carvalho, que escreve e faz vídeos atacando a tudo e a todos e palpitando sobre coisas que sequer conhece. Bom, até aí o presidente eleito também!
Enxergo, para o MEC, uma tarefa essencial: recolocar o sistema de ensino básico e fundamental a serviço das pessoas e não como opção burocrática sobranceira aos interesses dos cidadãos, para perpetuar uma casta que se enquistou no poder e que pretendia fazer das Instituições Republicanas, instrumentos para a sua hegemonia política”, escreveu Ricardo Vélez Rodríguez.

Tempos sombrios virão já pelos primeiros acenos desse (des)governo. Visam combater um inimigo que não existe (o tal marxismo cultural), o que mostra sua inexperiência e neurose em perseguir fantasmas oriundos da ditadura miliar. Socorro!

Com a perseguição à ameaça vermelha (comunismo), às universidades brasileiras e às escolas públicas de ensino fundamental e médio, achei que restaria uma esperança na educação infantil, já que deixou bem claro que vai perseguir os professores universitários que não condizem com a sua ideologia e que tenham alguma afinidade com a esquerda (sua grande inimiga).
Sim! Voltamos à ditadura, mas essa ditadura não será como a de 1964, onde se capturavam e matavam os ditos comunistas, será ideológica e política.




Diante de tudo isso me restava uma esperança com relação à educação infantil. Que ilusão! O novo Secretário de Alfabetização, Carlos Nadalim, que vive no mesmo mundo de Velez e o presidente eleito, já declarou ataque aos grandes nomes da alfabetização. Uma delas é Magda Soares, que deu uma entrevista à revista Nova Escoa (o link da entrevista está no final do texto) e demonstra claramente a sua preocupação. “O atual secretário Nadalim ataca, com frequência, outros métodos como o global e o chamado construtivista, que para ele seriam dominantes nas escolas brasileiras e, portanto, a causa dos péssimos resultados de alfabetização. Entre as prioridades da pasta que lidera está a de banir métodos comumente associados à teoria construtivista e promover o fônico. ” Como disse a professora.

O que não entendem e não querem entender é que o problema nunca esteve em métodos, pois a escola usa vários e o professor tem autonomia para isso, através de sua experiência em sala. O fracasso escolar é uma questão política e que ocorre por causa da desvalorização da educação pública e seu sucateamento desde a época Imperial. Aliás, esse é uma das razões pelas quais os professores de história estão sendo perseguidos, numa verdadeira caça às bruxas “moderna”. Basta estudar a história da educação no país para perceber de onde vem o verdadeiro problema.
Então, antes de acreditar que é cedo para fazer uma análise do novo governo, pense bem e se informe mais, pois não é exagero dizer que voltamos à Idade Média; exagero é acreditar que, diante de todas as evidências, esse será um bom governo, principalmente para a educação.



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