Há uma manobra da mídia em distorcer conceitos, ainda mais
quando se referem a direita e esquerda no Brasil. Cada país tem sua definição,
digamos assim, do que seja, mas no Brasil a definição é clara e completamente equivocada
pela maioria dos brasileiros, principalmente aqueles que apoiam o liberalismo e
são fãs das políticas aplicadas nos EUA, já que nossa cultura se baseia,
erroneamente, neles. Para começar esquerda não é partido político, eles se
utilizam de algumas vertentes da esquerda para se posicionarem. O que é bem
diferente.
Quando comparamos países de primeiro mundo onde existem
menor nível de desigualdade social e violência, que é a isso que chamo de país
desenvolvido, percebo grandes equívocos. Países nórdicos, na maioria, com
políticas econômicas liberais, possuem uma assistência à sua população,
oferecem educação e saúde de qualidade e, portanto, índice de criminalidade
baixo. Mas o brasileiro, influenciado pela mídia americana, acredita que lá,
mesmo com altos índices de criminalidade e desigualdade social é um país
maravilhoso.
Quando nos referimos à esquerda então, os equívocos são
maiores! A esquerda no Brasil, que não estou me referindo a partidos políticos,
defende uma democracia social, bem diferente da democracia representativa a
qual estamos inseridos atualmente. Mas, para aqueles que não sabem do que estou
falando vou definir de forma bem simples e no final do texto colocarei o link
de um artigo definindo melhor o tal liberalismo defendido hoje por muitas pessoas
e partidos no Brasil e a definição de esquerda. Volto a lembrar que estou
falando da realidade brasileira, porque o liberalismo da Finlândia, por
exemplo, é bem diferente.
Democracia representativa é quando elegemos representantes
(deputados, senadores, vereadores...) para nos representar num congresso e
senado e votar por nós decisões que atingem a população.
Democracia social, defendida pela esquerda, defende que ao
invés de termos esses representantes o povo decidiria, por meio de votações,
quais seriam as melhores opções.
Para que uma democracia social seja implantada exigiria uma
educação (verdadeiramente) democrática e justa e isso exigiria boa vontade de
nossos “representantes” políticos, além disso teríamos que ter baixo índice de
desigualdades sociais, afinal um povo faminto não pensa em crise, trabalha, o
que o torna mais fácil de ser manipulado. Mas, com a reforma do ensino médio,
os altos índices de desemprego e, agora, a tal reforma trabalhista e da
previdência proposta isso aconteceria? Claro que não!
Os sindicatos, organizações e afins representam a voz do
empregador que muitas vezes são coagidos pelos seus patrões a aceitarem
condições desumanas de trabalho, por necessidade. Você pode até dizer que hoje
os sindicatos não nos representam mais, estão comprados e tudo mais, mas que
tal agir para mudar essa realidade? Ao invés de criticá-los passe a fazer parte
de um e participe para mudar essa realidade. Está na hora do povo se
conscientizar e lutar para que a única reforma que deve ser feita é para a
reforma da democracia, com a verdadeira participação popular. Vamos à luta! A
questão não é partidária!
Links:
Considerações sobre a democracia e alguns dos obstáculos à
sua concretização - Marilena Chaui http://recid.redelivre.ethymos.com.br/files/2011/11/Marilena_Chaui___Consideracoes_sobre_a_Democracia_1.pdf
http://www.finlandia.org.br/public/default.aspx?nodeid=39439&contentlan=17&culture=pt-BR
http://diplomatique.org.br/o-que-esta-por-tras-das-denuncias-da-globo-contra-michel-temer/
http://diplomatique.org.br/o-que-esta-por-tras-das-denuncias-da-globo-contra-michel-temer/
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