Estamos no último dia do ano, um ano conturbado, cheios de
altos e baixos, mais baixos do que altos para a população brasileira. Fiquei
pensando o quanto somos carentes e suscetíveis às influências externas e em
como o povo é carente. Carente sim! De condições melhores, de liderança, de
governo.
Não temos nenhuma referência e as referências que temos são baseadas
em pessoas que gostaríamos de ser e não naqueles que somos e que lutam para uma
vida melhor. Nas novelas, que apesar de eu não assistir, mas vendo alguns
trechos, mostram algumas lutas, mas passam longe do que a realidade expressa,
porque a coisa é muito pior. Vivemos essa ilusão, filmes que sempre mostram a
vitória dos “mocinhos”, de heróis que lutam por nós e vencem.
E buscamos
heróis! Só que na vida real esses heróis não existem, aliás, seriam nós mesmo,
e os mocinhos muitas vezes se dão mal, muito mal, pois é um apenas, ou uns,
entre milhões e, por isso, o mais forte se sobrepõe ao mais fraco. Mas onde
está o grande problema? Por que não vencemos? É possível vencer? Essas
perguntas, a meu ver, são simples de responder, a grande questão está no
“como”. Apesar de eu estar me referindo a minha classe, os professores,
serviriam para todos os trabalhadores assalariados, não importando o tamanho de
seu salário, mas ninguém se coloca no lugar do outro nem ao menos viveu o que o
outro viveu.
O pensamento individual assola a humanidade, como aquela conversa
tosca de que se não vence foi porque não se esforçou, afinal é mais fácil
julgar. A nossa história, as nossas lutas estão sendo analisadas de forma
unilateral, de acordo com o pensamento individual e, ao invés de serem usadas
para o aprendizado, são vistas com julgamentos errôneos de uma era egoísta.
Nesse novo ano que virá não tenho esperanças de que a coisa melhore, pois só
melhorará quando pararmos de sermos tão egoístas e começarmos a lutar por um
bem comum: a sociedade. Afinal, fazemos parte dela. Que o ano seja de lutas,
mas que essa união seja para uma vitória, porque a grande questão de todos é a
luta pelo bem comum. Quero melhorar minhas condições financeiras, quero ter
saúde, educação e liberdade para ir e vir e essa liberdade está diretamente
ligada à segurança do país. País cuja desigualdade social aumenta a cada dia.
Se aumenta, por que não lutar por todos, já que a minha segurança está
diretamente ligada a melhores condições de todos? Por que todos não podem ter a
mesma condição em educação e saúde, já que tudo isso afeta a todos?
Não me
sinto bem assistindo à violência nas ruas, crianças trabalhando em condições
insalubres, gente morrendo em hospitais por falta de infraestrutura etc. Se eu
tenho, por que o outro não tem? Não importa a sua posição política, ou mesmo
que nem se interesse por isso, precisamos pensar no ser humano e num mundo
melhor para todos.
Feliz ano novo!
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