FÍSICA SEM EDUCAÇÃO

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sexta-feira, 5 de junho de 2020

EAD! Sim ou não?

                                           Fonte: Medium


     É tanta coisa acontecendo e tanto para falar que é difícil focar em apenas um assunto. Assim, resolvi falar do que atinge a mim e a todos os professores e professoras: a educação remota.
     
     Quem me acompanha tem conhecimento do quanto lutei para que, na época a reforma do ensino médio, não fosse aprovada, pois eu sabia que aquela seria a porta de entrada para a privatização da educação. Mesmo que o país tenha mudado de lá para cá (para pior) e que estejamos diante de uma pandemia, a coisa não só foi acentuada e adiantada, como também a tão temida educação a distância entrou em curso. Afinal, por mais que queiram dar um nome diferente, quem acompanha as notícias da educação sabe que isso vai acontecer.

     É engraçado que, apesar da tecnologia ser boa e nos fornecer inúmeros confortos, ela seja tão temida. Quando a televisão fazia parte da vida dos brasileiros e começaram a implantar o ensino a distância através dela, houve um enorme rebuliço de que os professores seriam substituídos. Só que o EAD nos remete a muito antes disso, a 1900. Sabiam disso?

     Nessa época os jornais de circulação ofereciam cursos de profissionalização via correspondência e o marco referencial disso tudo aconteceu em 1904 com as Escolas Internacionais.

     Logo depois, em 1923, com a chegada do rádio, esses cursos se multiplicaram e aí tínhamos desde cursos bíblicos oferecidos pela escola Adventista até os cursos profissionalizantes pelo SENAC. Mas, infelizmente, enquanto os sistemas internacionais implantavam esse sistema, o nosso país, mais uma vez, em 1969, houve o desmonte da iniciativa devido à censura.
   
    Em contrapartida veio a televisão com fins educativos, a teleducação, e a EAD ganha legitimidade com a Lei das Diretrizes e Bases da Educação. Vale lembrar que, desde aquela época, a intenção era diminuir custos e também havia o mesmo rebuliço com relação aos professores, de que poderiam ser substituídos. A grande questão é que esse tipo de ensino exige uma outra postura, tanto de professores quanto de alunos e a maioria deles não foi preparada para essa nova modalidade de ensino. E o medo é mais do que natural.


                                      Fonte: Prefeitura Municipal de Iguaí


     
     Diante de tudo isso uma coisa chama muito a atenção, não importa as formas como será feito o ensino, se os profissionais não forem capacitados para tal, nada vai adiantar, nem presencial, nem pela televisão e muito menos pela internet, pois a grande questão nisso tudo é o acesso dos alunos e professores a essa nova forma de ensino.

     Então, a luta não deveria ser contra essa modalidade, mas em como garantir que todos e todas tenham acesso e, com isso, a luta pelas desigualdades sociais, que estão diretamente ligadas a esse tipo de ensino, porque não basta fornecer a educação, mas também saneamento básico e condições de vida digna.

Referências:


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