Os “novos” rumos da educação
Primeiramente #ForaTemer.
Sei que nós, professores,
estamos num momento delicado e que as políticas feitas ultimamente voltadas à nossa
classe estão cada vez piores. Até
entendo que uma atitude radical acaba aflorando os ânimos tão desanimados, mas
temos alguns pormenores, em toda essa bagunça, que não podemos deixar de levar
em consideração.
A meu ver, a última greve
foi muito desgastante. E o pior de tudo é que não tivemos vitória em nenhum
aspecto. Estamos lidando com um governo autoritário que nunca se preocupou com
a educação e, ainda por cima, lidamos com uma mídia que faz o mesmo papel,
afastando a população do professorado, a cada greve ficamos mais desvalorizados
por ela.
Estamos divididos em categorias
e os mais antigos na profissão (sem generalizações) estão desmotivados devido a
anos e mais anos de desvalorização. E nem podemos condená-los.
Os que são
apenas estáveis (não efetivos) e os contratados não têm força de mobilização,
mesmo porque, no caso dos contratados, podem ter seus contratos extintos, por
mais que a lei diga o contrário, pois como disse anteriormente, lidamos com um
governo autoritário. Então, como fazer greve numa situação dessas, em que várias
leis estão sendo feitas e mudadas?
😐O grupo de oposição aos
professores percebeu a força que teríamos se fossemos uma classe mais unida e
perceberam que a sociedade toda passa pela nossa mão e que teríamos força para
mudar. Só quem não percebeu ainda foi o professor. Uma das evidências é a tal “escola
sem partido”, conceito criado por um grupo conservador que insiste em “mostrar”
a “doutrinação marxista” feita nas escolas. Não sei se é para rir ou para
chorar. Se o professor “doutrina” aluno,
não acham que teríamos uma sociedade bem diferente dessa? E políticos? Além de
tudo isso, como se não bastasse, a Reforma do ensino médio proposta pelo
governo, sem discussão com a categoria, já foi aprovada nas duas instâncias pela Câmara,
uma pelo Senado e, muito provavelmente, será aprovada agora, nesse mês, pois já
a colocaram como prioridade na pauta.
A reforma do ensino médio
vai contra tudo o que o “marxista” (segundo os defensores da tal “escola sem
partido”) Paulo Freire pregou, a volta da educação tecnicista. O pior é ver
professor defendendo isso. Professores movidos por causas individuais não
conseguem enxergar o ataque coletivo que esses grupos fazem à nossa classe.
1 😐 Escola
sem partido (Escola da mordaça);
2 😐Reforma
do ensino médio;
3 😐PEC
para contenção de despesas, mesmo indiretamente, na educação;
😐PEC
para transformar a educação em serviço essencial e com isso tirar o direito de
greve a tanto custo conquistado;
5 😐Diminuição
do número de salas, o que mostra a reorganização tentada o ano passada sendo
feita.
6 😐Lei
da responsabilidade fiscal, com o Estado, alegando contenção de despesas pode
demitir funcionários públicos estáveis.
Eu
posso estar enganada e gostaria muito de estar, mas isso esconde uma coisa
muito mais séria, a privatização da educação. Aí me pergunto: será que as
empresas que vão gerenciar essas escolas com o nosso dinheiro estarão preocupadas
em criar cidadãos críticos ou funcionários para exercer funções subalternas?
Ah!
Os tais defensores da escola sem partido também defendem a meritocracia.
Então,
o aluno que não tem condição de estudar numa escola particular, com a tal
reforma do ensino médio, vai conseguir concorrer de igual para igual por uma
vaga numa universidade pública que, a meu ver, deveria ser direito deles?
Enfim,
ou os professores se unem para transformar a sociedade ou daqui a uns tempos
teremos uma sociedade robotizada, onde o lema será: “Não pense em crise,
trabalhe!”
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