FÍSICA SEM EDUCAÇÃO

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quinta-feira, 29 de junho de 2017

A história da educação se repete


Neste blog, tento colocar algumas informações que considero relevantes para o ensino, inclusive para a área científica. Muitas vezes, devido a tendência a escrever textos curtos, acabo “pecando” pela falta de detalhes, apenas pontuando uma tendência da nova geração de não gostar de textos muito longos, principalmente os mais jovens.
No post anterior, foi citado um artigo muito bom que fala sobre a história da desvalorização do professor e, para complementar, coloco alguns pontos que considero importantes para que os professores entendam o porquê de tantas lutas e, mais ainda, para que nunca desistam. Apesar de eu achar que muitos, diante do quadro que vem se alastrando, já desistiram.

Hoje o professor está atolado com várias atividades e muitos com aulas em diferentes colégios, o que fica difícil investir em suas carreiras, até por desânimo devido a tudo o que lhe é cobrado e à falta de valorização e motivação que conhecemos bem. Nem podemos recriminar os professores que estão nesse estado, afinal percebemos que os políticos e a sociedade, juntamente com a mídia, descriminam os docentes por desconhecer todo o contexto histórico e a realidade atual. Essa história vem desde a expulsão dos jesuítas, que foram os primeiros a fundar escolas no Brasil de forma humanística, mas ainda não popular. Vale ressaltar que não defendo a educação baseada na religião, pois defendo a laicidade do Estado.
 Marquês de Pombal inicia uma reconstrução, que estava mais para desconstrução, gerando um retrocesso para a educação e a cultura brasileira, como pode ler aqui , através do Alvará Régio de 28 de junho de 1759. Começa-se a falar em educação popular em 1822, como se pode ler aqui,  com a proclamação da independência e fundação do império, criando escolas primárias nas vilas e povoados e as secundárias nas mais populosas. Com a Carta Constitucional de 1824, tivemos os primeiros direitos e deveres com relação à educação, que determinava instrução primária gratuita a todos os cidadãos, outorgada por D. Pedro I.
Em 1937, a ditadura Vargas acabou fazendo a educação retroceder ainda mais, restringindo a autonomia do judiciário na educação. Mas, já com a Constituição de 1946, apesar de muito parecida com a de 1934, foi bem limitada, no sentido de construir uma sociedade democrática, onde o estado não tinha uma obrigação direta com a educação e com a população que se encontrava nas áreas rurais. Em compensação, mantiveram a gratuidade do ensino primário.
Com o golpe de 64, apesar de grandes modificações na sociedade e na economia, a única “novidade” na educação foi com relação à iniciativa privada, que passa a ter o amparo técnico e financeiro dos Poderes Públicos, inclusive com bolsas de estudo.
Tudo aponta, com tal reforma do antigo segundo grau para uma enorme tendência à privatização do ensino a partir da anuência do estado em repassar verbas públicas para as escolas privadas, inclusive com a delegação de utilizar o dinheiro público na terceirização de funcionários e até professores.

Ressalto aqui que esse é um assunto delicado e merece uma atenção especial, inclusive com a necessidade de uma grande reflexão de toda a sociedade. Para se informarem mais,   o site Conexão Cutuca tem mais informações de professores da USP e UNICAMP sobre o tema. Afinal, diante do quadro atual é importante conhecer o passado e fazer essa comparação. Como eu já disse antes: qualquer semelhança NÃO é mera coincidência. 

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